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Linhas da Psicologia

Muitas pessoas passam por dois ou três profissionais de psicologia antes de definirem com qual terapeuta realizarão seu tratamento. Costumam comentar com amigos que não se “adaptaram” à maneira de trabalho deles. Isso ocorre porque grande parte das pessoas desconhece que existam diferentes linhas terapêuticas, e, assim, não buscam os profissionais adequados.

Psicodrama

Na Psicologia, existem mais de 10 tipos de psicoterapias. Uma delas, pouco conhecida, é o “psicodrama”. Teatro e Sociologia, além, é claro, da própria Psicologia, são os elementos utilizados na técnica do psicodrama. Da Psicologia, ela tira características da personalidade; já da sociologia, a técnica tira a avaliação das relações sociais; enquanto o teatro é usado como um instrumento nessa terapia. “A base do psicodrama é o papel. Tudo é papel.  Quando eu estou dando uma entrevista, eu tenho o papel de entrevistado e o outro tem o papel de entrevistador”, explica o psicólogo Rubens de Mello, que usa a técnica do psicodrama.

O psicodrama foi criado pelo psiquiatra romeno Jacob Levy Moreno, que também foi o pioneiro no estudo da terapia em grupo. Aquele tipo de terapia é praticado no Brasil desde os anos 60 e Rubens explica que, a princípio, era uma técnica apenas praticada em grupo, mas foi adaptada para ser aplicada individualmente. “É muito difícil pegar seis pessoas que não se conhecem e fazê-las contar seus problemas na frente de outras, é necessário muita confiança e nem sempre isso é possível”, conta Rubens.

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Jacob Levy Moreno

No psicodrama, é feita uma simulação de alguma situação que aconteceu na vida da pessoa. “Por exemplo, eu atendo uma paciente que está com problemas no casamento. Eu vou fazê-la repetir a briga que teve com o marido aqui no consultório, só que ela vai fazer isso com um ator. Ela vai dar as dicas para construir o papel do marido, que vai ser interpretado pelo ator”, detalha Rubens. Após isso, uma outra pessoa vai interpretar o papel da esposa para que ela possa se ver. “Quando a gente está numa confusão, não podemos nos ver, mas ficamos de fora, temos outra visão sobre nós mesmos. Isso é intervenção psicoterapêutica”, explica o psicólogo. Essa é uma das diversas formas de abordagens proporcionadas pela terapia.

Terapia Cognitivo Comportamental – TCC

A Terapia Cognitivo Comportamental, ou TCC, é uma abordagem mais científica, específica, breve e focada no problema atual do paciente. Ela explica que o que nos afeta não são os acontecimentos, mas sim a forma que os interpretamos. A terapia surgiu nos anos 60, através do psiquiatra Aaron T. Beck, por meio de pesquisas com pacientes deprimidos. Ele percebeu que pacientes depressivos possuíam  uma visão distorcida de si mesmo, do mundo ao seu redor e do seu futuro, a chamada ‘tríade negativa’, que tem formação na infância. Logo, o psiquiatra concluiu que o pensamento negativo distorcido altera nosso humor e consequentemente nosso comportamento.

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Aaron T. Beck (via: laskerfoundation.org)

A terapia surge, então, com o objetivo de corrigir os pensamentos distorcidos e aliviar os sintomas depressivos. De acordo com Aaron T. Beck, é um processo cooperativo de investigação empírica, testagem da realidade e resolução de problemas entre o terapeuta e o paciente. A TCC é indicada quando os pensamentos automáticos são sempre negativos, desencadeando o Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC, Ansiedade Generalizada,  Transtorno de Pânico, Transtornos Alimentares, Transtornos de Personalidade, além da própria depressão.

Psicoterapia Psicanalítica

A psicoterapia psicanalítica é uma modalidade de intervenção psicológica que enraíza a sua fundamentação na Psicanálise. A Psicanálise foi criada pelo neurologista austríaco Sigmund Freud, com o objetivo de tratar desequilíbrios psíquicos. As abordagens psicanalíticas procuram ver a pessoa no seu conjunto e não apenas os seus sintomas ou a circunstância de vida atual. É uma psicoterapia de percurso, na medida em que o acompanhamento se estende por vários anos.

Essa modalidade é adequada a praticamente todo tipo de perturbação de personalidade e psicológica, ou simplesmente para pessoas que queiram se conhecer melhor. O analista e o paciente estabelecem uma relação de confiança e de confidencialidade e esse vínculo terapêutico funciona como um processo de mudança na vida do pessoa. O terapeuta tem um papel fundamental no processo de tratamento, devendo assumir uma postura de não julgamento e total aceitação daquilo que o paciente expõe.

Gestalt-terapia

A Gestalt-terapia é um modelo que concebe o ser humano com um ser global, com uma mente, emoções e corpo que forma um todo. É uma psicoterapia que vai além das suas aplicações clínicas e pode ser adotada como um estilo de vida. Essa corrente foi criada durante os anos 50 pelo psiquiatra Fritz Perls junto a sua esposa, a psicóloga Laura Perls.  Os dois usaram princípios da psicologia da gestalt para criar uma terapia específica.

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Fritz Perls (via: pt.wikipedia.org)

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Laura Perls (via: theoreticalorientations.weebly.com)

A terapia é uma abordagem que se concentra no potencial do paciente, mudando a visão de patologia por uma visão da pessoa com seus próprios recursos e capacidade de autorregulação. Essa abordagem se concentra mais no processo do que no conteúdo.  Um dos conceitos fundamentais é perceber ou conscientizar, ter a consciência do momento presente. Colocar a espontaneidade no controle, por exemplo. Caso você sinta uma emoção, deve expressá-la espontaneamente, em vez de inibi-la ou aprisioná-la.

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