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O Adeus

Era por volta das dez horas da manhã, quando me sentei com Estela em um dos bancos do Parque do Baobá, localizado no Bairro das Graças, no Recife. Ela começou então a me contar a história da sua tia.

Cristina se casou cedo, com seus 20 anos. O marido, Antônio, que era mais velho, tinha dois filhos do primeiro casamento. Um dos sonhos dela era o de ser enfermeira. Alegando que era uma profissão de “puta”, Antônio só permitiu que ela trabalhasse se fosse lidando com crianças. Sendo assim, ela iniciou a graduação em Pedagogia e, após a conclusão, começou a de fato dar aulas para crianças, mas ainda não se sentia totalmente realizada com aquilo.

Cristina lecionou numa escola no bairro de Boa Viagem durante alguns anos. Ela trabalhou lá até passar num concurso público e dar aulas numa escola em Jaboatão dos Guararapes. Nessa escola só trabalhou durante dois meses já que não conseguia se adaptar após ver que não era aquilo que ela queria para sua vida. Nesse momento os primeiros sinais da depressão surgiram. Outro fator que culminou para o quadro foi a descoberta da traição do  marido.

Depois de cerca de 25 anos de casamento e dois filhos, ela começa a desconfiar que Antônio a estava traindo. Para confirmar as suspeitas, ela, junto com sua sobrinha, Estela, decide segui-lo. A situação era ainda pior, seu marido se relacionava com a primeira esposa dele. O quadro depressivo de Cristina piora e ela decide sair de casa e morar com a sua irmã mais velha, Mariana, no fim de 2015. Seu filho mais novo continua morando com o ex-marido e o mais velho já havia casado e morava sozinho com a esposa.

Após um ano morando com a irmã, Cristina decidiu pegar suas economias e alugar uma casa, no mesmo bairro, para morar sozinha. Ela decide vender Yakult no carrinho nas ruas. Para ela, isso representava liberdade. Ela estava no ápice da felicidade. Foi nessa fase que começou a ficar mais agitada, andava de bicicleta, preenchia os seus dias fazendo diversas atividades e também não conseguia dormir pela noite.

Essa fase durou cerca de seis meses até a situação ficar apertada e ela decidir morar na casa da mãe, Carmen, que havia falecido há pouco tempo e deixado a sua casa vazia. Nessa mesma época ela parou de vender leite fermentado de porta em porta e voltou a dar aulas. Após um tempo morando só, seu filho mais velho se separou da esposa e foi morar com ela, por cerca de um mês. Logo em seguida, depois de ele ir embora, a crise depressiva se agravou e ela voltou a morar com Mariana.

Da primeira vez que morou lá, Cristina falava bastante em suicídio, mas dessa vez ela, aparentemente, estava mais estável. Começou a frequentar um psicólogo, mas mesmo assim Mariana e suas sobrinhas, Estela e Ester, não a deixavam só. Todos os medicamentos que o médico receitava para ela, ela fazia questão de pesquisar na internet para entender como funcionavam. Mas, infelizmente, não era apenas isso que ela buscava no Google.

Em um determinado dia, ela estava usando o celular da sua irmã para fazer uma de suas buscas, já que o seu estava quebrado. Quando sua sobrinha se aproxima ela rapidamente esconde o aparelho, despertando a suspeita dela, mas que acaba deixando para lá. Através de suas buscas na internet ela vê que Antônio havia casado com sua primeira esposa, a mesma com quem ele a traía. Ela relata essa descoberta, que a deixa abalada, apenas para uma amiga próxima.

Na família de Cristina, era tradição viajar para Caruaru na época das festas juninas. Uma de suas sobrinhas morava lá e toda a família que estava em Recife ia para a cidade nessa época. Em 2017 o plano permanecia esse e, apesar de inicialmente recusar, Cristina acabou sendo convencida a viajar junto com a família. No dia da viagem, ela conseguiu convencer seus parentes, que temiam em deixá-la sozinha, a ir na casa da sua mãe. Vaidosa, ela alegava que precisava de algumas roupas que estavam lá para usar na viagem. Ester relutou, mas acabou levando a tia e a deixou lá enquanto foi resolver pendências em um banco próximo dali.

Uma hora e meia depois ela retorna para a casa para buscar a tia. Chamou três vezes e Cristina não apareceu no portão. Depois de um tempo, aparece um pouco apressada e nervosa e diz que mudou de ideia, que não iria mais viajar. Sua sobrinha insiste, mas ela estava relutante. Para não ficar sozinha, Cristina avisa que vai ficar na casa do irmão, Mário, já que a irmã iria viajar. Assim é feito e, na véspera de São João, elas deixam Cristina no Recife e pegam a estrada para Caruaru.

Em menos de uma hora, no meio do caminho, o celular de Ester toca. O cunhado de Cristina, marido de Mariana, liga para a filha dizendo que precisava falar urgentemente com ela: “Quando chegar em Caruaru ligue para mim que eu preciso falar com vocês”. Não deu tempo de chegar em Caruaru e ele ligar novamente. “Ester, pare o carro e desça que eu preciso contar algo”. No meio da estrada mesmo ela sai do carro e depois de alguns minutos, retorna já com lágrimas nos olhos.

Na tarde do dia 23 de junho de 2017, aos 46 anos, Cristina coloca fim à própria vida. O primeiro a descobrir o corpo enforcado já sem vida é o próprio irmão. Mais tarde, Estela olha o histórico do celular da sua mãe e percebe que já fazia tempo que ela vinha pesquisando na internet métodos para se matar. Cristina entrou para uma triste estatística, na qual cerca de 800 mil pessoas morrem dessa forma anualmente. Uma morte a cada 40 segundos, segundo dados da OMS.

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*Nos Estados Unidos esse é o telefone do Centro de Valorização da Vida. Aqui no Brasil o telefone é o 188.

Precisamos falar sobre isso

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O suicídio é um problema de saúde pública silenciado e pouco discutido. As causas, motivos, razões e circunstâncias que levam alguém a essa decisão são diversas. Independentemente disso, é importante lançar luz e tratar o assunto sem estigmas e julgamentos para que assim seja possível ajudar quem pensa em tirar a própria vida. Quando se pergunta quem tenta suicídio, as respostas podem ser as mais diversas possíveis. Dados da OMS apontam que homens morrem de suicídio mais do que as mulheres. Na faixa etária dos 15 aos 29 anos, o suicídio representa a segunda maior causa de mortes.

Entre os grupos de risco estão idosos acima de 75 anos, profissionais da área da saúde, pessoas com alguma condição clínica incapacitante, além de pessoas com algum tipo de transtorno mental: transtorno de personalidade, esquizofrenia e, claro, a depressão. “O suicídio é um problema multifatorial, estar em situação de vulnerabilidade social, por exemplo, pode representar um fator de risco”, explica a psicóloga Rosinha Santos, que trabalha no Núcleo de Atenção à Saúde do Estudante – Nase da UFPE.

O comportamento suicida caracteriza-se por quatro fases. A primeira é a ideação suicida, em que a pessoa começa a pensar em tirar própria vida. No Brasil, em um estudo populacional realizado entre 2004 a 2010, o número de pessoas que tiveram ideação suicida foi de 17,1%. A segunda fase é o planejamento, quando a pessoa já de fato começa a planejar métodos e formas para se suicidarem. Aqui esse número chega a 5%. Depois disso vêm as tentativas (3% das pessoas admitem que já fizeram). A última fase é o ato concretizado. Infelizmente, cerca de 1% conseguem cumprir esse ritual completo.

Por ser um tabu e pouco divulgados, os números e dados a respeito do suicídio não são 100% confiáveis. A pessoa que tenta suicídio é alguém que tem uma visão extremamente limitada e negativa de si próprio, que se sente um fardo para outras pessoas ou que está passando por alguma dificuldade. A autopsia psicológica é uma ferramenta da psicologia que consiste em uma análise retrospectiva das condições psicológicas de uma pessoa antes de morrer. Ela possui um efeito terapêutico para a família e amigos do falecido, já que entrevistas são necessárias para realizar o método, permitindo trocar pensamentos e sentimentos sobre a pessoa falecida.

Rosinha trabalha com o suicídio desde a sua graduação, já que atua na UFPE, um dos locais com mais relatos de suicídio. “Desde que acabei a graduação eu queria fazer um projeto de prevenção ao suicídio. Após a graduação fiz uma especialização em teoria da psicologia clínica e terminei minha monografia sobre o suicídio”, conta ela. Rosinha trabalha com o conceito da resiliência que, como ela mesma explica, é um conceito da Física que as ciências humanas e da saúde se apropriaram. “Se você pega uma bola de borracha, você esmaga, ela sofre os danos, mas quando você solta, ela volta ao normal”. Ela explica que os seres humanos possuem essa capacidade, de sofrer algum dano físico e emocional, mas se reerguer e fortalecer depois.

Sinais de comportamento suicida

Além dos grupos de risco mencionados anteriormente, é possível observar alguns comportamentos e atitudes de alguém que planeja tirar a vida. “A pessoa pode dar sinais de insatisfação com a vida, de desencantamento”, alerta Rosinha. Mudança drástica de humor é um outro possível alerta. Sentir-se vazio e depois extremamente eufórico, até mesmo agir impulsivamente, comportamento comum em quem tem transtorno bipolar ou borderline.

“Não aguento mais”, “quero sumir”, “minha vida não vale a pena”, “não aguento essa dor”. Essas são algumas falas de alguém que está pedindo socorro. É comum ouvir comentários do tipo “quem quer se matar não fica avisando” ou “ele só quer chamar atenção”. Esse é um dos maiores mitos relacionados ao suicídio. Para cada morte, há entre 10 e 20 tentativas. Quem tenta se matar uma vez, pode tentar de novo.

A própria adolescência também representa um fator de risco, já que é uma fase de mudanças intensas e alterações no padrão comportamental. Ele geralmente tenta se isolar e não sabe manifestar seu sofrimento de uma forma clara. Abuso de drogas e álcool também é outro fato importante. A melhora repentina em alguém que estava triste e deprimida também é uma coisa a se ficar atenta. Essa melhora pode indicar que a pessoa já aceitou encerrar a própria vida e tem um plano para isso. Ela começa a organizar suas pendências financeiras, doar seus pertences e se despedir dos seus familiares e amigos.

Suicídio na história

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A igreja por muito tempo considerou o suicídio como algo pecaminoso (Foto: Marina Varela)

Na Antiga Grécia, um indivíduo não podia se suicidar sem prévio consenso da comunidade porque o suicídio constituía um atentado contra a estrutura comunitária, ele seria considerado um transgressor da lei da polis. O suicídio era condenado política ou juridicamente. Eram recusadas as honras de sepultura tradicional ao suicidado e por sua vez, o Estado tinha poder para vetar ou autorizar um suicídio, bem como induzi-lo.

Na Roma Antiga, aos escravos e soldados, provavelmente por razões econômicas, era negado o ato suicida. Aos homens livres, não existia nenhum ato legal contra que os impedissem de tirar a própria vida. Desse modo, no mundo romano a legitimidade do suicídio dependia da classe socioeconômica a qual o indivíduo pertencia. Por vários séculos, a Igreja não teve uma posição específica sobre o assunto.

Santo Agostinho e, mais tarde, São Tomás de Aquino, definiram a posição da Igreja, vendo o suicídio como algo pecaminoso, moralmente mau, sendo uma transgressão do mandamento “não matarás”. A Igreja recusava aos que tiravam a própria vida os ri­tos funerais e enterros. Normas proibindo suicídio têm sido fortes no catolicismo, protestantismo, judaísmo e islamismo. Somente as religiões orientais são mais tolerantes com relação ao assunto.

Na Idade Média, a Europa cristã acaba com as diferenças entre o suicídio legal e ilegal: matar-se era atentar contra a propriedade do outro e o outro era Deus. A vida do indivíduo deixa de ser um patrimônio da comunidade para ser um dom divino e matar-se equivale a um sacrilégio. O Estado e a Igreja fazem de tudo para combater os suicídios.

O Renascimento, na medida em que fez reviver a cultura, a arte e a literatura da Antiguidade Clássica, também fez crescer uma maior valorização da subjetividade e da individualidade diante da reconfiguração econômica de maior liberdade do comércio. Isso também produziu um contexto caracterizado por mais individualismo, o que pode contribuir para gerar sentimentos de angústia, solidão e inquietude. Houve diferentes abordagens sobre a questão do suicídio, apareceram tanto aqueles que apresentavam argumentos favoráveis à morte voluntária, quanto os que se opunham.

A sociedade foi reprimindo o suicídio até a Revolução Francesa, a qual aboliu as medidas repressivas contra a prática do suicídio, visto que a conduta suicida deixou de comprometer a estabilidade do Estado. Finalmente, no século 19, houve avanços através dos intelectuais e filósofos da época. O suicídio passou a ser visto como uma manifestação de loucura, indicando que a pessoa não estava com a “mente sadia”. Tal abordagem era menos moral e as pesquisas e análises tinham como base o campo médico e social.

Efeito Werther e Tabu na Mídia

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O protagonista da obra Os sofrimentos do jovem Werther (via: tuporem.org.br)

Johann Wolfgang von Goethe é um dos mais importantes escritores alemães de todos os tempos. Uma de suas principais obras é “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, de 1774. O romance é uma das maiores obras-primas da literatura mundial e Marco inicial do movimento do romantismo. A história falar de Werther, um jovem que se apaixona por Charlotte e tem seu amor correspondido, porém ela se casa com outro homem, a quem já fora prometida por sua família. Werther acaba se matando após a desilusão.

Após a publicação do livro, começaram a surgir relatos de jovens rapazes usando o mesmo método para se suicidar. Alarmados com o fenômeno, muitas cidades na época chegaram a banir o romance. O termo “Efeito Werther” só foi cunhado no século 20, em 1974, pelo pesquisador David Phillips. Phillips e seus colegas descobriram que suicídios e outros acidentes parecem crescer depois de um suicídio bem publicizado.

Contrariando o efeito Werther, há o “Efeito de Papageno”, numa referência ao personagem da ópera “A Flauta Mágica”, de Wolfgang Amadeus Mozart. Na história, Papageno é um personagem convencido de que nunca vai conquistar seu amor e tenta se enforcar, mas é persuadido por três espíritos a não acabar com sua vida. O termo foi cunhado pelo psiquiatra Thomas Niederkrotenthaler, em 2010.

O Efeito Werther tem algumas variáveis. Por exemplo, se o suicídio é cometido por uma celebridade e é amplamente noticiado pela mídia, este efeito pode durar meses ou até anos, com um número crescente de episódios próximo ao aniversário da morte do famoso em questão. Há diversas recomendações de órgãos internacionais de saúde e prevenção de suicídio sobre como o tema deve ser tratado. Muitas dessas recomendações são ignoradas quando o assunto é a morte de alguém famoso, como o recente falecimento do DJ Avicii, em 2018.

Muito veículos na hora de noticiar a morte do artista, deram detalhes sobre como ele fez para colocar fim à própria vida e os motivos que o levaram a isso. Uma cartilha do Ministério da Saúde, em parceria com o Centro de Valorização da Vida – CVV, explica que é perigoso dar informações sobre o método utilizado para pessoas em risco. Associar a morte a um só fator também é perigoso, é preferível não dar explicações simplistas.

Transformando o Adeus em um Até Logo

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CVV em Recife (Foto: Marina Varela)

24 horas por dia, 7 dias por semana, incluindo domingos e feriados. Nem mesmo durante a greve dos caminhoneiros e a crise da falta de combustível, ocorrida no final do mês de Maio de 2018, parou o trabalho dos voluntários do Centro de Valorização da Vida, o CVV. Falei com Norma Suely, coordenadora do CVV de Recife, mas ela avisa que dentro do centro não há hierarquia. “Sou coordenadora, mas tudo é decidido em grupo.Uma ideia só é aprovada se todos concordarem”.

Norma trabalha no CVV há 13 anos e conta que o que a motivou a ser voluntária foi a sua frustração pelo excesso de solidão e vazio que percebia em algumas pessoas. Algo proporcionada por uma sociedade extremamente consumista. “Eu fiquei encantada, porque o CVV é um trabalho onde existe responsabilidade, comprometimento, boa vontade e fraternidade”, confessa ela.

O CVV é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica e reconhecida nacionalmente como Utilidade Pública Federal de Prevenção ao Suicídio. Fundado há 56 anos, o projeto foi criado por um grupo de jovens espíritas em São Paulo e se inspiraram no trabalho pioneiro dos Samaritanos de Londres, do reverendo Chad Varah, pioneiro no projeto de prevenção ao suicídio. No Recife, o projeto existe há 40 anos, onde cerca de 50 voluntários se revezam e dedicam 5 horas semanais de sua vida a ouvir desabafos, dores, alegrias, agradecimentos e manter tudo no sigilo, principal característica do programa.

Norma explica que o sigilo é parte fundamental, para que as pessoas possam confiar neles. Em nível nacional são cerca de 6 mil ligações por dia que o CVV recebe. O atendimento pode ser feito pelo chat, por e-mail, por telefone e também presencial. “A gente não pratica psicoterapia. Nosso trabalho é o apoio emocional através da escuta, que, por mais simples que pareça, é muito eficiente”, diz ela.

Para fazer essa escuta e participar do CVV, os interessados passam pelo Programa de Seleção de Voluntários, através de um aprendizado teórico, baseado na fundamentação de Carl Rogers, que é a Abordagem Centrada na Pessoa. Logo depois vem a parte prática, de escuta. Para ser voluntário basta ter mais de 18 anos e entrar no site para se candidatar. Esses são os únicos pré-requisitos, além, claro, de ter disponibilidade de 5 horas semanais e ter vontade de ajudar. “Se disponibilizar para ajudar o outro sem receber nada em troca e sem interesse algum é difícil”, explica Norma.

A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) é uma abordagem psicoterapêutica desenvolvida pelo psicólogo americano Carl Rogers, um dos mais renomados psicólogos do século XX. A hipótese central da abordagem centrada na pessoa é a de que o indivíduo possui dentro de si mesmo vastos recursos para a autocompreensão e para alterar o seu autoconceito, suas atitudes básicas e seu comportamento e estes recursos podem ser liberados se um clima definido de atitudes psicológicas facilitadoras puder ser oferecido. Carl Rogers é tido como o primeiro psicólogo a abordar as questões principais da Psicologia sob a ótica da “Saúde Mental”, ao contrário de outros estudiosos cuja atenção se concentrava na ideia de que todo ser humano possuía uma neurose básica.

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Carl Rogers (via: retnobembi.wordpress.com)

O centro também oferece palestras em escolas e em comunidades quando são convidados e tudo é pago pelos próprios voluntários, incluindo as contas do próprio prédio onde estão localizados. Além disso, eles fazem preparo de alunos de psicologia que vão fazer acolhimento em outras instituições, como o Núcleo de Atenção à Saúde do Estudante (NASE), da UFPE.

“Quando alguém vem falar com nós sobre o suicídio, é como se fosse um pedido de socorro. A dor emocional que aquela pessoa sente é imensa e ela apenas quer acabar com essa dor”, diz Norma. O processo da pessoa desabafar e falar a leva a pensar sobre o que ela está sofrendo e a buscar soluções. “Quando você entra em contato com seus sentimentos, você acolhe aquela dor. É como um copo transbordando, à medida que a pessoa vai falando, ela vai esvaziando e aliviando. Essa é a razão de nosso trabalho”, finaliza Norma.

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Norma destaca como a letra da música cantada por Alceu Valença é poética e descreve como o sentimento da solidão pode levar as pessoas ao adoecimento mental e emocional

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